sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Reflexão...

Cadê os roteiristas?
Só um apelo pra pensarmos no que vamos produzir, especialmente pra quem pretende produzir animações ou hq´s!
Quando se pensa em críticas, um grande esforço deve ser feito pra que sejam construtivas e de alguma forma ajudem o autor de um trabalho a melhorar na próxima vez... sim eu também acho isso, mas tem certas críticas que por mais que você tente dizer de uma maneira construtiva não tem como. Mesmo que o autor - no caso produtor e diretor- não as leia, ainda assim eu preciso escrever algo sobre isso...
Em pleno Natal tive a brilhante idéia de ir assistir à Bussola de Ouro, pra quem não sabe é uma adaptação do primeiro livro da trilogia Fronteiras do Universo escrito por Phillip Pullman. Ok, adaptações de livro nunca são fiéis em 100% e eu não quero de maneira alguma que sejam. Mas claro que é inevitável comparar e óbvio que o grosso dessa comparação eu mantenho pra mim.
Não é segredo nenhum também que os filmes de hoje, leia-se blockbusters, estão um pior que o outro, mas tem uns que abusam e esse é o caso da Bússola de Ouro. Por quê? Você se pergunta, porquê?
Vamos desconsiderar os fatos que deixariam qualquer um que leu o livro indignado. Desconsiderar o fato de tentarem retirar toda e qualquer referência a religião - PS: a trilogia toda faz referência è Bíblia e ao seu Gênesis- é um tema polêmico, dá pra entender. Cortes de muitas partes, dá pra entender, é um livro grande pra caramba, rico demais em detalhes pra ser contado em um filme de três horas.
Só que de repente você descobre que o filme tem menos de duas horas, sim tudo ficou ainda mais corrido, tanto que não dá pra criar nenhum tipo de vínculo com nenhum dos personagens além da principal, Lyra, tirando o fato de todos os coadjuvantes lembrarem demais todo tipo de clichê de persongens.
Agora quem leu o livro fica sem reação ao ver os eventos principais acontecerem em ordem invertida, o ínicio da conclusão da história estar misturado sem uma ordem que tenha lógica. Ainda que no filme pouco tenha atrapalhado, porque ainda daria pra entender o fim. Mas o filme não tem fim!!!! O gran finale, onde o escritor fisga o leitor pro próximo livro, onde todo o clímax acontece, onde o futuro do mundo é abalado simplesmente não existe no filme.
Some à isso o fato de todos os personagens, sem exceção, estarem descaracterizados e o fato do personagem mais legal do filme, o aeronauta Lee Scoreby, ter o mesmo figurino- e claro ser o mesmo ator- do Motoqueiro Fantasma, sabe o motoqueiro cowboy, então o proprio. E o fato de o objeto que dá nome ao filme num ter a mínima importância!
Te faz pensar, precisamos de roteiristas!!!
Na boa se algum de vocês for fazer uma animação façam me o favor de dar 50% de importância pro roteiro, coisa bonita gráficamente até um chimpanzé dá conta de fazer.
Chris Weitz que vá pro inferno e que o capeta arrume algo de útil pra ele fazer que não envolva escrever e dirigir filmes!



4 comentários:

Saito disse...

Bom eu não li o livro então não da pra eu falar algo em relação a isso. Mas comparado a outros filmes que foram uma tragedia em relação ao livro como o ultimo do harry potter (o calice d fogo) e o do senhor dos aneis (o ultimo) onde faltaram mtas coisas essenciais para a historia mas que simplesmente não apareceram no filme.
É que nem o Codigo da vince.. quem não leu o livro gostou, quem leu axou mto ruim...

Other disse...

A comparação é inevitável, a vontade de ver até onde o filme foi fiel, cria essas espectativas aos lançamentos dessas adaptações. Também não li o livro, mas sei por LOTR o quanto um filme deixa a desejar em relação ao livro.

Bruno disse...

E ae
Eu estava esperando vc vir pra Bauru pra gente ir assistir aqui. Bom mas pelo visto só vou ler o livro mesmo.
É realmente frustrante ver esses blockbusters detonando com nossos personagens preferidos ou acabando com as histórias que nos mantiveram tão entretidos em livros.
Concordo com você que realmente precisamos de bons roteiros. Bons não, ótimos. Afinal o que no fundo realmente nos prende é o roteiro.
Mas dae dizer que coisas bonitas até chimpanzés fazem acho que você foi um pouco radical. O Labirinto de Fauno por exemplo, um ótimo roteiro, mas que, com certeza, sem a sua "coisa bonita gráficamente" não teria o mesmo impacto.
E esse é um dos poucos filmes que com todo o seu figurino bem produzido, jogos de câmera, e todos os seus demais efeitos se torna marcante, nos faz realmente nos sentir dentro da história.
Isso ainda tem muita coisa pra ser discutida, mas afinal, somos designers e estamos aqui pra isso. Ou estamos estudando pra sermos chimpanzés?
Só um bom roteiro pode ser interessante, como também algo agradável de ser ver também é muito interessante. Mas sem dúvida, os dois juntos são o melhor resultado.

Curti isso ae Roger, espero ver mais.
Floo

Roger disse...

É cara, 50% pra cada um. Aliás dizer isso é criar fórmula e num acho legal não, mas é fundamental não menosprezar o roteiro e perceber que a coisa só flui como devia quando a construção entra em sintonia com a imaginação.
Sendo que ambos, conceito e execução, são partes conjuntas de um mesmo processo e o fato de se investir mais em um não cobre a falha do outro.
é isso ae. falow!